Aeroporto de Guarulhos ganha em 2014 primeiro hotel
A GRU Airport,
concessionária responsável pela administração do aeroporto internacional
de Guarulhos (SP), fechou contrato para a instalação de dois hotéis de
alto padrão no novo terminal de passageiros que será inaugurado em maio.
Ambos vão operar com a bandeira Wyndham Grand Collection, da operadora
americana Wyndham Worldwide. O investimento será de R$ 120 milhões.
A escolha culmina um longo processo de seleção iniciado pela
concessionária. "Convidamos as principais bandeiras internacionais do
segmento de hotéis. Recebemos dez manifestações de interesse e cinco
propostas concretas. Isso comprova a atratividade do aeroporto em termos
de desenvolvimento imobiliário", afirma o diretor comercial da GRU
Airport, Fernando Sellos.
Um dos hotéis ficará dentro do futuro terminal, na área restrita a
passageiros de voos internacionais, antes do controle de imigração para
quem está desembarcando do exterior. É o primeiro projeto do gênero na
América do Sul e deve estar em pleno funcionamento até a Copa do Mundo
de 2014. Ele terá 50 quartos, com diárias variando entre R$ 600 e R$ 1
mil. Para quem quer apenas dar uma relaxada entre um voo e outro, estão
previstas frações de quatro horas, com preço menor.
"Um visitante dos Estados Unidos que passa pelo aeroporto apenas para
fazer uma escala até a Argentina, por exemplo, não precisará se
preocupar com vistos e a burocracia da imigração caso precise passar
mais algumas horas em Guarulhos", diz o presidente da Fisa e principal
executivo da VCI, Samuel Sicchierolli.
A VCI é uma joint venture formada por duas empresas - a Fisa e a Valor
Finanças Corporativas - para cuidar do novo empreendimento. Ela foi
responsável pela estruturação do negócio e pela atração da Wyndham ao
projeto, que marca a estreia da bandeira Wyndham Grand Collection no
país. O grupo americano tem outras marcas de hotéis no mercado
brasileiro, como Tryp, Super 8 e Ramada, instaladas em parceria com
empresários locais.
Em 2012, o aeroporto de Guarulhos registrou movimento de 32,8 milhões de
passageiros, dos quais 11,6 milhões foram de voos internacionais. Hoje,
49 companhias aéreas operam no local, com voos de mais de 50 destinos
no exterior. "Pensamos em um hotel para atender a uma antiga demanda de
viajantes brasileiros e estrangeiros, que muitas vezes precisam aguardar
a conexão internacional", explica Sicchierolli.
O segundo hotel ficará em frente ao futuro terminal e será ligado a ele
por uma passarela elevada. Terá 350 quartos e um restaurante com
capacidade para 300 pessoas, acessível não só aos hóspedes, mas também a
participantes de eventos e passageiros do aeroporto. A lista de
serviços disponíveis inclui estacionamento com valet, equipamentos de
ginástica, jacuzzi e salões de beleza. Há ainda previsão para uma área
de eventos com 3 mil m2 e até 20 salas executivas. O serviço de quarto
será compartilhado entre o hotel de dentro e de fora do terminal,
permitindo diminuir os custos e facilitando a operação.
O hotel externo, com oito andares, começará a ser construído em janeiro e
deverá estar pronto apenas em 2016. A tempo, conforme prometem os
empreendedores, da Olimpíada do Rio de Janeiro. Quem se encarregará das
obras é a Skipton, uma incorporadora de Curitiba, que bancará 60% do
investimento. O restante será dividido entre os dois sócios.
A GRU Airport, que assumiu a concessão do aeroporto no ano passado, tem a
expectativa de que os hotéis atendam a demanda de visitantes para
eventos como a São Paulo Fashion Week e a Fórmula 1. "O aeroporto cresce
em ritmo anual de dois dígitos há mais de uma década e está em uma
região carente de hotéis", diz Sellos. Ele lembra que o Caesar Park, um
hotel corporativo localizado dentro do complexo aeroportuário de
Guarulhos, registra taxa de ocupação dez pontos percentuais acima da
média paulistana em qualquer época do ano. E nem pode ser alcançado a pé
por quem desembarca no aeroporto - requer necessariamente traslado por
carro ou van.
Sicchierolli também se mostra confiante na rentabilidade dos
empreendimentos. A concessão de Guarulhos vale até 2032. Depois, todos
os ativos - incluindo os hotéis - vão para as mãos da União. "Pelas
projeções que fizemos, em um cenário-base, os hotéis se pagam em oito
anos. Ou seja, teremos mais dez anos de fluxo de caixa livre. Sob o
aspecto de qualquer investimento imobiliário, é um retorno bastante
significativo", explica o executivo.
Valor Econômico
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